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Estudos de Retórica Digital

No primeiro semestre de 2023 criamos o Grupo de Estudos em Retórica Digital do EMAPS. Motivados pelos avanços recentes das tecnologias relacionadas ao ChatGPT » e pelas afinidades entre a retórica digital e nosso trabalho em engenharia semiótica », planejamos um estudo transdisciplinar sobre questões de natureza retórica -- na ótica filosófica e comunicacional, principalmente -- observáveis no uso e no comportamento de tecnologias digitais. Sugerimos, como exemplo do tipo de objeto sobre o qual nos debriçamos, uma conversa entre um usuário e um software da Open AI que utiliza os modelos de linguagem do Chat GPT e derivados. A transcrição da conversa (realizada em inglês) está publicada como Nota do EMAPS.

Temas em Discussão

No primeiro semestre de 2023, o recém-criado grupo de Retórica Digital do EMAPS tem em pauta os temas a seguir.

O que é Retórica Digital

Este tema, fundamental para iniciarmos nossos estudos, partiu do material disponibilizado pela revista Kairos: A Journal of Rhetoric, Technology, and Pedagogy:

McElroy, Stephen, Davis, Matthew, & Lee, Rory. (2020). Ways of knowing and doing in digital rhetoric: Pedagogy. Kairos: A Journal of Rhetoric, Technology, and Pedagogy 24(2). Retrieved May 17, 2023, from http:/​/​kairos.technorhetoric.net/​24.2/​interviews/​mcelroy-et-al/​introduction.html

Estudos Críticos de Código

Este tema pode ser considerado uma variante bastante específica da Retórica Digital. Nossos estudos se baseiam no material disponibilizado no website Critical Code Studies, por uma comunidade interessada em discutir o tema apresentado no livro de Mark Marino:

Mark Marino (2020) Critical Code Studies. Cambridge, Mass. The MIT Press

An argument that we must read code for more than what it does—we must consider what it means.

O código-fonte de computador tornou-se parte do discurso popular. O código é lido não apenas por programadores, mas também por advogados, artistas, especialistas, repórteres, ativistas políticos e acadêmicos literários; ele é usado em debates políticos, obras de arte, entretenimento popular e relatos históricos. Neste livro, Mark Marino argumenta que o código significa mais do que apenas o que ele faz; devemos também considerar o que ele significa. Precisamos aprender a ler o código de forma crítica. Marino apresenta uma série de estudos de caso - desde o escândalo Climategate até um projeto de arte ativista na fronteira entre os EUA e o México - como lições de leitura crítica de código.

Marino mostra como, no processo de sua circulação, o significado do código muda além de seu papel funcional para incluir conotações e implicações, abrindo-o à interpretação e inferência - e à má interpretação e reapropriação. A controvérsia do Climategate, por exemplo, originou-se de uma leitura equivocada de um código de espaço reservado como uma "arma fumegante" que supostamente provava a fabricação de dados climáticos. Um gerador de poesia criado por Nick Montfort foi remixado e reimaginado por outros poetas e sujeito à interpretação literária.

Cada estudo de caso começa apresentando uma passagem pequena e autônoma de código - por codificadores tão díspares quanto a pioneira da programação Grace Hopper e o filósofo Friedrich Kittler - e uma explicação acessível de seu contexto e funcionamento. Em seguida, Marino explora seu significado extra-funcional, demonstrando uma variedade de abordagens interpretativas.


Tradução da contracapa do livro feita pelo DeepL Translator

A Universidade Cyborg e a Disciplina Invisível

Este é o tema da tese de doutorado de Erin Rose Glass, defendida na City University of New York em 2018. Tomando uma trilha bastante original nos estudos sobre Retórica Digital e Humanidades Digitais, Glass apresenta uma análise crítica do que chama de opressão da liberdade e criatividade inteletcual da comunidade universitária, nos contextos estudados, exercida pelo software e plataformas adotados nas atividades de ensino-aprendizado, pesquisa e administração de instituições de ensino superior. A autora baseia-se fortemente nos trabalhos de Paulo Freire e intitula sua tese, por inspiração freireana, Software of the Oppressed (por analogia à Pedagogia do Oprimido).

Erin R. Glass (2018) Software of the Oppressed: Reprogramming the Invisible Discipline.  CUNY Academic Works.  The Graduate Center, City University of New York.   New York, NY.  369 p.

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Ética e Mediação Algorítimica de Processos Sociais


Foto de AussieActive na Unsplash


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